domingo, 14 de março de 2010

Um Crime Americano (An American Crime), EUA, 2007, 93 Minutos



Diretor: Tommy O'Haver
Roteirista: Tommy O'Haver, Irene Turner
Elenco: Ellen Page, Catherine Keener, Hayley McFarland, Ari Graynor, Evan Peters, Bradley Whitford, Hannah Leigh

Baseado na história real que chocou a nação em 1965, o filme reconstrói um dos crimes mais chocantes já cometidos a uma só vítima. Sylvia e Jennie Fae Likens, as duas filhas de um casal que trabalha com um circo são deixadas para uma estadia demorada em Indianápolis, na casa Gertrude Baniszewski, uma mãe solteira com sete crianças. Tempos difíceis, e as necessidades financeiras de Gerturdes, obrigam-na a fazer este arranjo antes de perceber como esta obrigação levará sua natureza instável a um ponto de ruptura.

O filme reconstitui um dos mais conhecidos e polêmicos crimes norte americanos que chocou Estado de Indiana (EUA) em 1965 e que serviu como alerta a crimes domésticos cometidos em todo o país, aumentando as denuncias para estes acontecimentos. Lançado em festivais e diretamente para a televisão, o filme surpreende pela sua qualidade. No Brasil foi lançado de forma oportunista (mas bem vinda) nos cinemas após o sucesso de Ellen Page em Juno.
O roteiro do filme é praticamente documental, elaborado a partir das transcrições do julgamento real. A direção mantém uma ordem cronológica dos fatos , que são narrados a partir do Julgamento do caso. A apresentação da história altera cenas dos tribunais, com apresentações dos eventos reconstituídas como supostamente deveriam ter ocorridos.

O diretor Tommy O'Haver que cresceu em indiana ouvindo histórias do acontecimento, “suaviza” as cenas de tortura da personagem, que foram bem piores no caso real, oferecendo maior dignidade a vitima. Entretanto as cenas ainda são extremamente brutais e muitos espectadores não vão conseguir assistir ao filme por conta destas cenas. Não faz uso de artifícios narrativos para aumentar a tensão ou o suspense a própria natureza e seqüências dos eventos se encarregam de despertar estas sensações e o desejo de saber o destino dos envolvidos.

O filme conta com um bom elenco, de atores jovens que seguram bem seus difíceis personagens. Destacando Ellen Page que está perfeita como Sylvia (até sua aparecia lembra muito a da vitima) transmitindo fragilidade e inocência a personagem que aumentada a sensação de horror ao ver sua personagem sofrer. Catherine Keener interpreta brutal mãe, asmática e viciada em heroína, de forma extremamente humana e natural, ampliando ainda mais a monstruosidade de sua personagem que lhe rendeu uma indicação ao Emmy de 2008 por este filme.

Ótima reconstituição histórica de um dos mais terríveis crimes norte americanos. Ficando a indicação apenas para quem tenha “estomago forte” para agüentar as terríveis cenas de tortura e sofrimento.

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