sábado, 3 de julho de 2010

O Mensageiro (The Messenger) EUA , 2009 – 112 minutos

Direção: Oren Moverman
Roteiro: Alessandro Camon, Oren Moverman
Elenco: Ben Foster, Woody Harrelson, Jena Malone, Samantha Morton, Eamonn Walker, Steve Buscemi

" O sargento Will Montgomery foi recentemente nomeado para a função de mensageiro e passa a trabalhar com o capitão Tony Stone. Eles possuem pensamentos bastante diferentes sobre como atuar na função, mas aos poucos aprendem um com o outro sobre a melhor forma de lidar com os familiares dos mortos.”

As varias facetas trágicas da guerra já foram apresentadas em inúmeros filmes. O filme inova ao fazer dos “mensageiros” do exercito seus protagonistas. Os oficiais incumbidos da difícil missão de notificar as baixas sofridas pelo exercito norte americano - levando também as condolências do ministro da defesa – para o membro da família indicado para receber a trágica noticia.

As cenas que retratam o encontro dos mensageiros com os familiares são sempre marcantes. E aborda, diferentes situações e reações.Com destaque as participação de Steve Bucemi como pai de uma das vitimas. Méritos do diretor estreante Oren Moveman, que abusa do naturalismo, mantendo a câmera parada nestas cenas. Gerando no espectador a dura sensação de testemunhar as fatídicas notícias. Demonstrando cruelmente o drama de cada família e o quanto a perda ira afetar suas vidas.

As personagens do filme são igualmente interessantes, bem construías e interpretadas. Will Montgomery (Bem Foster) que vive um “herói” condecorado no Iraque, que enquanto se restabelece de ferimentos de combate. Recebe a missão de se notificar os familiares, por ser considerado um ''homem de fibra e moral Inabalável”. Subjugou pela militarismo, é um soldado que “seque o manual”. A medida que vai cumprindo sua função, vai analisando o conflito de forma mais crítica. Gerando interessantes diálogos que questionam a “máquina de guerra norte americana”.

O capitão Stone, como o nome já sugere é um homem inabalável. Frio em sua dura missão, que encara com ironia e um certo humor negro. Chegando até mesmo a ser acusado de “desumano” por Montegomery. Um personagem ideal para o talento, do pouco aproveitado, Woody Harrelson, que lhe rendeu uma indicação para o Oscar de coadjuvante.

Extremamente crítico e ousado o filme analisa a sociedade americana subjugada pelo militarismo nacional e que sofre a perda de seus filhos. Não se prendendo a única critica, abordando simultaneamente a psique de dois oficiais que tiveram suas vidas alteradas para sempre pelos traumas gerados pela guerra os impedindo de ter uma vida normal e funcional.

O filme é ótimo, porem sua linguagem cinematográfica é indicado apenas a quem gosta do ''cinema de arte''. Os amantes do cinema autoral e quem desejam apreciar uma refinada analise crítica e metafórica das repercussões da guerra na sociedade norte americana. Quesito que aborda com muito mais eficiência que contemporânea “Guerra ao Terror” vencedor do Oscar 2010.

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